INSISTÊNCIA

Desde a escola, ela me dava umas olhadas. Garota muito legal e tal, mas bem feinha. Eu conversava muito, éramos amigos, mas nunca deixava a coisa passar daí.

Bem, a escola acabou e, pouco tempo depois, nos encontramos no McDonald's por acaso. Sentamos, conversamos e ela estava me dando um mole descarado. Quando voltei para casa, percebi que, contra todas as expectativas, estava sentindo tesão.

Descobri, por uma amiga em comum, que ela havia tido um caso com um professor do cursinho e que tinha ficado, por assim dizer, bem liberal. Na mesma época, ela me chamou para seu aniversário, em sua casa. Lá, o mole era mais do que descarado, mas como eu estava com um amigo, achei que seria queimação chegar junto.

Pouco tempo depois, fui a sua despedida (ela ia passar um ano em Israel) na casa do seu pai. Resolvi ficar lá até amanhecer para não correr o risco de ninguém ver. Não deu outra: quase amanhecendo, acabamos ficando. Eu, um quase-virgem, pela primeira vez peguei no seio de uma garota (evidentemente sem contar as putas), mas não tive coragem de passar a mão por baixo de seu short (o que foi uma pena, pois ela teria deixado de bom grado).

Depois disso, ficamos um tempo sem nos encontrarmos. Qual foi minha surpresa ao descobrir, no ano seguinte, que ela seria minha veterana na faculdade! Lá ficamos muito amigos, mas seu sentimento por mim não havia arrefecido.

A coisa foi ficando insustentável. Ela exalava tesão e eu, apesar de nem tanto quanto ela, já considerava bastante a possibilidade. A enrolação durou anos, com um namoro entrementes, mas um dia...

Ela ia me dar carona, eu sugeri que fôssemos para a sua casa. Ela tinha que trabalhar, eu também tinha algo a fazer, mas resolvemos ficar juntos naquela tarde. Nos beijamos e fomos logo para a cama. Quando fui tirar sua roupa, ela disse: "Hoje não posso". Eu disse que não ligava para isso, mas ela pensava diferente. Quase desmontei de frustração. Sabia que não teria coragem de ir tão longe novamente com medo de estragar a amizade que tínhamos.

Fizemos o que foi possível e, é claro, foi insuficiente. Gozei pouco e mal num boquete mais ou menos e numa punheta mal tocada (na verdade, a insatisfação era reflexo da decepção). Tomei uma chuveirada e nos despedimos.

Falamo-nos no dia seguinte e deixamos claro que nada mudava entre a gente. Ela ainda ensaiou uma segunda tentativa, mas eu dei uma de desentendido e ela acabou deixando para lá. Hoje, não temos mais contato, mas soube que está morando com um cara boa-pinta e bem empregado que poderia ter a mulher que quisesse. Concluí que realmente ela deve ter algo de especial.